Procura de Amor
Andava … quase correndo… andava… e
andando, sentindo o mar nas pernas, a água fria que penetrava nas calças
tocando na pele e fazendo despertar sentidos, sentimentos, deleites. Olhava o
prateado luar, reflexo, sentia o poderoso ensurdecedor silencio das estrelas, o
brilhante e doce luar iluminava a alma, obstinada com pensamentos, recordações,
peso de memórias, num cansaço derreante deixou-se cair, os joelhos atingiram o
chão como um sentenciado, e tombando para trás como se a espada de samurai o
atingisse na garganta mortalmente, permaneceu imóvel. O olhar subiu e num
turbilhão furioso trespassou, céu, luar, até ás estrelas e de mão dada subiu,
duas almas passaram entre planetas, luas, e no negro vácuo, o brilhar intenso
do amor, partilhado numa valsa imperial, tornando-se o espaço pequeno,
sentimento este de ilimitado egoísmo, que demonstra sua extensão expandindo-se
por todas as cavidades do infinito.
Acordou pela manhã, como náufrago,
levantou-se e andou… mas andou devagar, andou... andou… nas mãos levava ainda
universo, um punhado de areia escorria entre os dedos.
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